Esperança, esperança!
Como insistia o inesquecível Paulo Freire, não se pode confundir esperança do verbo esperançar com esperança do verbo esperar. Aliás, uma das coisas mais perniciosas que temos nesse momento é o apodrecimento da esperança; em várias situações as pessoas acham que não tem mais jeito, que não tem mais alternativa, que a vida é assim mesmo...Violência? O que posso fazer? Espero que termine...Desemprego? O que posso fazer? Espero que resolvam...Fome? O que posso fazer? Espero que impeçam...Corrupção? O que posso fazer? Espero que liquidem...Isso não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo. E se h’algo que Paulo Freire fez o tempo todo foi incendiar a nossa urgência de esperança.
Mário Sérgio Cortella, filósofo, com mestrado e doutorado pela PUC-SP, na qual é professor-titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e da Pós –graduação em Educação. É autor de várias obras de filosofia e educação.
Fragmento retirado do livro "Não nascemos prontos! Provocações filosóficas". Editora Vozes – 2006. Mais info.: www.vozes.com.br.
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